Estou descarregando de meu cérebro, através de meus dedos, a experiência que passei em um dos eventos mais porretas que já participei. Fui sem câmera fotográfica (do meu tio :p), sem minha cara de pau em pedir pra tirar foto com os palestrantes e apesar de estar interessadíssimo em aprender Ruby on Rails, foquei nas palestras de agilidade e em realmente conhecer pessoas e um pouco da cidade de Natal. Não dá pra conhecer todo mundo, mas acredito que a experiência que vivi no final de semana dos dias 5 a 8 de agosto de 2010 foram uma das melhores que já passei. Espero que minha narrativa agrade vocês, assim como sou grato em participar e ter representado essa comunidade.
Quando passei as férias em Recife, em junho, procurei listas de grupos de usuários de tecnologias e entre várias encontrei o pessoal do Frevo on Rails que me pareceu a mais agitada. Fiquei acompanhando as discussões, encontros e palestras. Cometi a indelicadeza de não me apresentar na lista. Pessoal é sério, você está entrando em um espaço de convivência e não se apresentar é uma falta de educação das grandes. Quando retornei a Belém com a certeza de retornar a Recife, me apresentei na lista e perguntei se estavam preparando alguma caravana para o Oxente Rails. Prontamente a moçada me respondeu e disseram que iam alguns, me deram sugestões de transportes, valores, estadias e tals. Na lista tinham uns 3 hostels (albergues), não escolhi o Lua Cheia só pelo preço, era uma vontade antiga de botar a mochila nas costas e \\\”pernar\\\” por aí. Também era o único da praia de Ponta Negra =p
Chegando em Natal no dia 5 a tarde, segui o instinto mochileiro e com o mapa na mão e anotações com o endereço do hostel para chegar até ele, fui perguntando, perguntando e perguntando até que peguei dois busões para enfim chegar ao albergue. O pessoal de Natal são muito hospitaleiros. Na verdade ainda não acreditava que ia passar uns dias em um castelo. Muito firme a estrutura do Lua Cheia, as meninas nos deixam muito a vontade.
Nota: A maioria dos alberguistas são estrangeiros. Se você quiser fazer um intercâmbio, vire alberguista 🙂 Pelo que vi, posso estar errado, o estrangeiro é menos apegado às coisas e menos individualista. Só pra citar um exemplo, batendo um papo com o Leandro do Interior de São Paulo, ele já viajou para trocentos lugares, se hospedando em albergues e nem por isso ficou em lugares inacessíveis ou perigosos. O Cara já se hospedou num albergue em Hollywood a um custo simbólico. Outra coisa que vivi é que apesar de termos os armários para trancar nossos pertences, a galera deixa as coisas ao lado da cama mesmo, confiança mútua.
À noite choveu um pouco e o pessoal de Recife, que foram de carro para Natal, chegaram um caco. As meninas do Lua Cheia disseram que o Saideira Bar era looooonge de Ponta Negra e preferi não ir para o Ignite. Perdi uma festa porreta 🙁
No 1º dia do evento, senti o poder das ladeiras de Ponta Negra, êta sobe e desce danado. A batata da perna tava quase assando :p. Vou falar um pouco das palestras que vi. Por mais que você olhe os slides e leia os comentários, não adianta, você tem que apertar um pouco a grana e gastar em eventos de tecnologia. Arrisco até que é melhor que fazer um curso.
Depois do credenciamento tive o prazer de reencontrar o Caike Souza da Envylabs e Alê Gomes da SEA Tecnologia. Grandes colaboradores e incentivadores do Tá safo!
O Alê Gomes em parceria com um comediante da terra, deram um show de comédia nerd. O cara queria vender algumas \\\”novidades\\\” como Cobol, WordStar, DBase, MS-DOS. Ri pra caramba e percebi que tô ficando véio 🙂 Logo em seguida Aldinho deu o ar de sua graça apresentando o evento para o povo.
Procurei um lugar com tomadas no auditório, achei laaaaaaaa no fundão. Rapaz o tal do networking rolou pra caramba. Finalmente conheci o Igo Coelho que também tava caçando uma tomada. Estávamos tuitando, um próximo do outro e eu patetão não percebi que era ele.
Depois do show do Alê, o Igo me apresentou o Fernando Chucre. Já (per)seguia o Igo pelo twitter, mas o Fernando, o Igo chama ele de Chuchu kkkk, nunca tinha visto na vida. Foi com esses dois cabeçudos que fiz uma amizade porreta, assim de graça mesmo. Tuitei que tinha ainda 3 vagas no filtro de linha, nessa onda acabei conhecendo o Mayron Cachina, cara muito gente boa de Natal. Nessas duas situações senti o verdadeiro poder das redes sociais. É muito dinâmico se você piscar, perdeu jogador. Demorei pra entrar no twitter. Se você seguir as pessoas certas, fica livre de tanta baboseira que tem na Internet.
A primeira palestra que vi de Fábio Akita, foi no FISL 10, foi duca, lá que conheci o cucumber e pensei: Esses caras do RoR sabem viver! Mas nessa fui surpreendido, pensei que ia ver mais questões técnicas e tals sobre RoR. O cara falou muito sobre aspectos de que você tem que trabalhar o que você menos saber e que QUALQUER UM pode chegar lá. Corra riscos e se você nunca falhou, então você nunca viveu. Talento é um mito. O mundo Open Source se compara a um campo de futebol, serve para treinar, errar, aprender, acertar, cair e levantar. São frases que marcam e nos fazem refletir se estamos mesmo no caminho certo. Akita também passou um vídeo sobre Fracassos Famosos. Assista!
Já no Coffee Break, bati um papo muito bacana com Caike, Alê, Igo, Chucre. Até dei uma entrevista pelo Tá safo para o Caike :). O Caike me apresentava pra todo mundo, não deu pra gravar metade do nome do pessoal que ele conhece. Pra quem ainda não sacou, o Coffee Break não é só pra comer e sim pra conhecer a galera :).
Rafael Lima falou de sua experiência empreendedora com sua empresa BielSystems. Interessante notar nos empreendedores 2.0 é que eles não têm medo de falar de suas ideias quando estão no início. E mesmo é pura burrice de uma pessoa pensar que teve a melhor ideia do mundo e guardar pra si até que se torne madura. Fala sério, quando ele lançar seu produto, já deve ter um bem melhor no mercado. E o principal, como ele não obteve feedback bem no início de sua ideia, pode ter enterrado seu negócio antes mesmo de lançá-lo. E eu via a foto do cara no twitter dele com maior pinta, mas rapidamente desconstruí aquela imagem quando vi sua palestra. Ainda mais que no segundo dia o maluco tava todo de boné pra trás com pinta de meninão. Uma figura. Um recado que ele deixou: converse com máximo de pessoas que puder.
Geoffrey Grosenbach, o cara do Peepcode, nos disse para quebrarmos as convenções do Rails para melhorar nossas aplicações. Procurando não gerar scaffolds, não utilizar os geradores de modelos, controles, faça o que você achar melhor. Mesmo sacando um pouco de RoR, compreendi muito bem a mensagem que ele passou. Você não é obrigado a seguir as convenções do Rails.
Depois do almoço, bateu aquela momó (prequiça :p) e acabei perdendo a palestra de Daniel Cukier sobre aprendizado ágil. Ainda vou ter outra oportunidade de vê-la, pois o trabalho de conclusão dele foi totalmente fora do convencional falando sobre Padrões para introduzir novas ideias
Cecilia Fernandes da Caelum, mostrou como trabalha com metodologias ágeis de forma que desconstruiu Scrum para utilizar somente o que precisa dependendo do projeto e pessoas envolvidas. Se a equipe foi auto-suficiente para que ScrumMaster? Reuniões diárias são obrigatórias? Entre outras coisas ela deixou o recado: Não espere. Começe o seu processo de desenvolvimento de software e vá adaptando.
José Valim da Plataforma Tec, mostrou as ferramentas open-source que a empresa desenvolve e que facilitam a vida de desenvolvedores como criação de formulários web, autenticação. Dois detalhes muito bacanas que não sabia, pra falar a verdade não conhecia a Plataforma Tec. Tô acabando de sair do mundo PHP, PHP, PHP (como diz o Igo Coelho :p). O José Valim é, atualmente, o único membro brasileiro do Rails Core Team e o sócio dele Hugo Baraúna é de Belém. O Hugo já prometeu quando ir a Belém quer participar de um #tasafoemacao pra falar de Ruby on Rails, mercado de trabalho, suas experiências, etc. Será bem recebido pelo pessoal lá, com certeza!
Rafael Rosa Fu da Locaweb, falou que Visão e Feedback são fundamentais para se obter um projeto de sucesso. Sem visão você não tem objetivo e sem feedback, o mais rápido possível, você se perde no meio do caminho. Não adiante eu querer explicar muito. Vocês tem que ir no próximo evento =P
Carlos Villela da ThoughtWorks Brasil, deu um guia rápido de como se divertir trabalhando. Ele falou como é trabalhar em uma das empresas que mais valoriza o profissional. Dopamina o hormônio que nos estimula a fazer algumas coisa que gostamos, eles devem tomar um copo disso no café da manhã lá :p. Esse maluco falou do termo epicaricácia que significa o prazer derivado da desgraça dos outros. É verdade nós somos humanos e temos esse sentimento de vez em quando, muito bacana. Gostei quando ele falou o que move uma comunidade: Orgulho.
Caike Souza da Envylabs, mostrou como refatorar código ruby. Lembrando sempre que refatorar é limpar a casa sem mudar a fachada. Tem muita gente que abusa do termo hoje em dia. Não deu tempo de mostrar todos os slides com códigos. Mas no segundo dia a galera que participou do Coding Dojo deu para clarear as ideias.
O jogo da comunicação é uma dinâmica que o pessoal do #horaextra executou com as pessoas que estavam no auditório. Consitia em dividir duas equipes, cada uma com seus desenvolvedores de um lado e clientes do outro, beeeem separados. Só podiam se comunicar através de papel. A tarefa era desenhar duas imagens que os clientes passavam por instruções escritas para a equipe de desenvolvimento. Fora que o pessoal ficava zoando o tempo todo, somos o \\\”mercado\\\” diziam Rafael Lima e Henrique Bastos kkkk, era pra atrapalhar mesmo. Tinham os mensageiros, Daniel Cukier era um deles, que corriam desesperados entre cliente e desenvolvimento. Foram feitas 2 sprints com retrospectivas que tentaram melhorar o desempenho das equipes.
Moral da história. Papel, e-mail, burocracia causam ruídos de comunicação e desgastam as equipes. Como disse Vinicius Teles, se pra desenhar simple formas geompétricas já se torna um caos, imaginem desenvolver software, #ficaadica. No final consegui finalmente pegar meu autógrafo do livro de XP de Vinicius, meu momento fã :p
Pensa que acabou? A #horaextra foi no bar Sgt. Pepper\\\’s. Ficamos na mesa com o pessoal da SEA Tecnologia, tava lotado. Fora o tira-gosto que demorou um pouco a cerveja tava boa. Faltou luz, rolou papo de tudo, música bacana. Mas pensa que acabou? A nerdalhada foi quase toda Rastapé num forrózão perto de lá. Socado de gente, mas muito bacana ver um bando de nerd 2.0 dançando forró. O Chucre até aprendeu uns passos, queria ter uma câmera naquela hora.
A noite, quer dizer quase de dia acabou com a cavalgada que o Chucre deu num cavalo em frente ao albergue. Foi só o Igo Coelho tirar a foto que o Chucre deu um salto mortal do cavalo, foi ilário. Bom, depois entrei no meu castelo 🙂
As fotos foram extraídas dos albuns abaixo, acesse o link para ver mais fotos
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